O encontro de dois alfas.
Decididos a não passar a vida em vão. Eram do mundo. Eram de todo mundo, mas não eram de ninguém. Eram de si mesmos.
Era impossível ignorá-los. Ela, a alegria lhe vinha naturalmente. Fazia parecer que era fácil ser feliz.
Ele, a confiança de quem sempre conquista o que quer. Para ele, era simples viver.
Eles sozinhos eram luz em qualquer ambiente escuro. Aonde fossem, levavam suas faíscas.
Um dia, essas faíscas se encontraram. Quem atraiu quem à sua órbita não se sabe. Ambos atraíram-se, o magnetismo foi imediato. O encontro foi como a convergência de dois sóis.
Queimaram juntos.
Poderiam conquistar o universo juntos.
Foi bonito contemplar o raro fenômeno por um instante, as intensas chamas a arder no céu. Até que uma explosão ocorreu. E cada um foi lançado para um lado.
Ele, como era fácil viver, com o vigor de sempre, seguiu determinado em ter tudo que queria.
Ela, como era simples recriar alegria, com a leveza de sempre, partiu para onde era necessário o seu sorriso.
Ambos não olharam para trás.
Apesar do ocorrido parecer um infortúnio do acaso, já se era esperado tal desfecho e ambos sabiam.
Uma matilha não pode ter dois alfas, assim como cada galáxia precisa de seu sol.
Um dia, cedo ou tarde, com a despretensiosa ajuda da sincronia infalível do universo, ele e ela encontrariam suas luas.
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Luciana, nov/2017
Vou adorar ouvir o que você tem a dizer! ;)