O momento em que você percebe que você mesmo sabota a sua vida, aquele momento em que você quase ouve a ficha cair dentro do seu cérebro, é como se uma daquelas bolas de destruição (sem a Miley Cyrus, por favor) batesse bem no meio do seu tronco, fazendo você voar delicadamente alguns metros e bater com a cara no chão.
E é assim que eu me sinto nesse momento, com alguns dentes quebrados.
Porém, estou sorrindo banguela debilmente em meio ao sangue salpicando em minha boca. Porque, afinal, é um golpe necessário. E pode ser muito libertador.
Olhei para quem me golpeou, e lá estava ela, minha consciência absoluta, de pé, balançando gentilmente sua arma fatal.
Se metade das pessoas também pudesse sentir esse sacolejo, estou certa de que seriam amplamente mais felizes a partir disso e gratas até por alguns dentes quebrados.
Aquela história de que somos o nosso próprio (e pior!) inimigo não é brincadeira. Pessoalmente, percebi que meu maior sabotador está dentro de mim, criado por mim e alimentado por mim. No meu caso, acreditem se quiser, quem sabota a minha vida é a minha própria mente! Por ser hiper-racional, travo uma luta constante comigo mesma com todos os esforços voltados para a razão sair vencedora. Todos os dias. E isso faz com que meus processos de decisões pareçam mais ou menos com isso aqui:

Tanto esforço poderia ter sido poupado! Quantos caminhos que poderiam ter sido encurtados. Mas lá estava ela, a vozinha no meu cérebro, me forçando a seguir outras vias – afinal, para ela, era mais lógico; e ela era resoluta de que sabia de tudo que era melhor para mim.
Bom, mal sabe minha mente que só quem pode ter todas as respostas é o coração.
A falta de clareza, na maior parte das vezes, é resultado do total domínio da mente, em que o hiper-racional não permite que o coração se manifeste. Percebo, então, que em muitos quesitos eu poderia ter alcançado resultados completamente diferentes e mais eficazes, se houvesse agido de acordo com meu coração.
É só através da inspiração e intuição que conseguimos quebrar condicionamentos e reproduzir o nosso ser essencial, nossos desejos mais profundos, sendo a clareza apenas uma inevitável consequência.
A minha mente está sempre tentando racionalizar tudo, revisitando decisões, balanceando alternativas e revendo ações, o que faz com que eu sempre me encontre no passado ou no futuro, mas nunca no presente. Sendo assim, o meu sabotador além de atrapalhar minhas decisões, também vem boicotando a única coisa na qual eu tenho poder: o AGORA.
Portanto, com um sorriso banguelo vou caminhar feliz, porque agora que o percebi, posso fazer algo a respeito. Se você também se sente patinar em suas decisões, olhe para dentro e tome consciência do que vem te segurando para trás. Sinta a bola de destruição te acertar. Olhe dentro dos olhos de sua criação e a proíba de causar tais influências em você. Mesmo que tenha que quebrar crenças interiormente para isso.
Eu costumava pensar que ser racional era uma questão de não ser vulnerável, mas hoje percebo que quem é puro coração tem a fortaleza toda dentro de si! ❤
3 de dezembro de 2015 at 17:26
O sentir está mil vezes à frente do pensar. Como você bem disse, se fôssemos levar em consideração apenas nosso coração, agiríamos por mera intuição e instinto nos levando à ações condicionadas ao nosso SER, excluindo uma das piores essências do ser-humano único animal “racional”: o TER. Sem dúvidas, se todos agíssemos pelo puro coração, o mundo seria muito melhor (L).
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3 de dezembro de 2015 at 20:49
Uau, adorei seu comentário!! Muito boa colocação! É isso mesmo… Obrigada pela contribuição! 🙂
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