Luís Fernando Veríssimo
E chegou janeiro, o mês do verão ensolarado, de praias e do descanso!
O tão esperado verão, que também é sinônimo de pouca roupa e muito chifre, pouca cintura e muita gordura, pouco trabalho e muita micose.
Verão é picolé de Kisuco no palito reciclado, é milho cozido na água da torneira, é coco verde aberto pra comer a gosminha branca. Verão é prisão de ventre de uma semana e pé inchado que não entra no tênis. Mas o principal ponto do verão, não poderia deixar de ser…. a praia!
Ah, como é bela a praia. Os cachorros fazem cocô e as crianças pegam pra fazer coleção.
Os casais jogam frescobol e acertam a bolinha na cabeça de várias idosas. Os jovens de jet ski atropelam os surfistas, que por sua vez, miram a prancha pra abrir a cabeça dos banhistas.
O melhor programa pra quem vai à praia é chegar bem cedo, antes do sorveteiro, quando o sol ainda está fraco e as famílias estão chegando. Muito bonito ver aquelas pessoas carregando vinte cadeiras, três geladeiras de isopor, cinco guarda-sóis, raquete, frango, farofa, toalha, bola, balde, chapéu e prancha, acreditando que estão de férias. Em menos de cinqüenta minutos, todos já estão instalados, besuntados e prontos pra enterrar a avó na areia. E as crianças? Ah, que gracinhas! Os bebês chorando de desidratação, as crianças pequenas se socando por uma conchinha do mar, os adolescentes ouvindo walkman enquanto dormem. As mulheres também têm muita diversão na praia, como buscar o filho afogado e caminhar vinte quilômetros pra encontrar o outro pé do chinelo. Já os homens ficam com as tarefas mais chatas, como perfurar o poço pra fincar o cabo do guarda-sol. É mais fácil achar petróleo do que conseguir fazer o guarda-sol ficar em pé. Mas tudo isso não conta, diante da alegria, da felicidade, da maravilha que é entrar no mar! Aquela água tão cristalina, que dá pra ver os cardumes de latinha de cerveja no fundo. Aquela sensação de boiar na salmoura como um pepino em conserva.
Depois de um belo banho de mar, com o rego cheio de sal e a periquita cheia de areia, vem aquela vontade de fritar na chapa. A gente abre a esteira velha, com o cheiro de velório de bode, bota o chapéu, os óculos escuros e puxa um ronco bacaninha. Isso é paz, isso é amor, isso é o absurdo do calor!!!! Mas, claro, tudo tem seu lado bom. E à noite o sol vai embora. Todo mundo volta pra casa tostado e vermelho como mortadela, toma banho e deixa o sabonete cheio de areia pro próximo. O Shampoo acaba e a gente acaba lavando a cabeça com qualquer coisa, desde creme de barbear até desinfetante de privada. As toalhas, com aquele cheirinho de mofo que só a casa da praia oferece. Aí, uma bela macarronada pra entupir o bucho e uma dormidinha na rede pra adquirir um bom torcicolo e ralar as costas queimadas. O dia termina com uma boa rodada de tranca e uma briga em família. Todo mundo vai dormir bêbado e emburrado, babando na fronha e torcendo, pra que na manhã seguinte, faça aquele sol e todo mundo possa se encontrar no mesmo inferno tropical.
Qualquer semelhança com a vida real, é uma mera coincidência..
9 de janeiro de 2010 at 10:56
Oiieee!!
tudo bem??
Vi o seu blog na comunidade do Blogspot & WordPress no Orkut e gostei bastante! ^^
Sorte e sucesso para você!
Convido-te para passar no meu também:
http://www.glamourfeminino.blogspot.com
Beijão!
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8 de janeiro de 2010 at 13:18
“O Shampoo acaba e a gente acaba lavando a cabeça com qualquer coisa, desde creme de barbear até desinfetante de privada.”
caraca, essa foi f@#%$! rsrsrsrs
eu pta falar a verdade nem ponho a mao no cabelo o tempo que ficar na praia, so quando volta pra casa é que vou cuidar do bichinho!
srs…
gostei do blog vou seguir^^
té+
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6 de janeiro de 2010 at 20:25
O blog da Luciana apavora *-*
Bjooos
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5 de janeiro de 2010 at 16:46
Estava de malas prontas, mas desisti de viajar apos ler esse texto..
Sabonete cheio de areia a gente improvisa como um carerrimo esfoliante, que tal? rsrs.
http://humor-subliminar.blogspot.com/
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5 de janeiro de 2010 at 16:45
Este comentário foi removido pelo autor.
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5 de janeiro de 2010 at 01:15
Já havia lido esta crônica, aliás, na minha opinião, uma das melhores do Veríssimo.
Legal o blog! Parabens!
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4 de janeiro de 2010 at 20:54
Dei boas risadas com isso!
Muito bom mesmo. Gostei muito do seu blog
Parabens
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4 de janeiro de 2010 at 20:17
Olá Luciana, bacana sua visita lá no Verita 😀
HAHAHAHAH Sobre o post em questão estou bem íntimo dele. Carioca da gema estou acostumado com toda essa grande palhaçada do verão, praias e suas consequências.
Gostei do Blog, estava lendo outros posts e é bem divertido. Já percebi que é fã das citações e textos do Veríssimo então merece e muito o meu respeito.
Beijos e agente se bloga por aê 😉
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4 de janeiro de 2010 at 20:14
Sensacional!
Alias é um blog otimo ^^
parabéns!
Comenta?
http://futebolcompletowpg.blogspot.com/
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